segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

A Mente Universal, o Mundo das Idéias de Platão

Segundo o Prof Amit Goswami, a Consciência Quântica é como o Mundo das Idéias de Platão, no qual as particulas e as configurações do Universo são virtualidades, idéias, que se concretizarão por um ato volitivo da Consciência Universal, originalmente existe uma hierarquia entrelaçada, a quebra da indiferença original de um campo não se faz acaso, mas obedece ao propósito do Campo Universal Inteligente. A auto-interação, a auto-referência, lembra a relação dialética do Espírito em Hegel, o desdobramento do Absoluto no seu oposto a Natureza, objetiva e determinada, e a saga de reconquista do Espírito no tempo. O absoluto se desdobra entre a idéia e a natureza, e o mergulho da idéia na natureza a faz voltar como Espírito. O monismo idealista diz que a realidade é a Consciência auto-subsistente, sendo a ntaureza um reflexo da mesma, aparente e transitória. Falta um conjunto matemático superior que fecha o entendimento da Mecânica Quântica, a consciência não é uma possibilidade da função de onda, mas a possibilidade. A matéria possui propriedade de onda, ou seja, não localidade, movimento descontinuo e causalidade descendente, esvai-se o materialismo e o realismo naturalista. O Universo está na Consciência e a Consciência está no Universo.A Consciência se reconhece no Universo

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Entrevista no Roda Viva :

Amit Goswami: Muito obrigado pela pergunta. Essa é uma ótima retrospectiva histórica a ser considerada. Eu acho que todos os físicos quânticos daquele período, os principais do período, foram sem dúvida, Werner Heisenberg, Erwin Schrödinger, o próprio Einstein, que já mencionamos. Não é amplamente conhecido que o próprio Einstein descobriu a não-localidade quântica. A idéia de que a física quântica contém esse conceito peculiar da não-localidade é justamente a razão pela qual ele não podia aceitá-la, pois parece ir contra a natureza da teoria da relatividade. Só agora podemos ver que ela ultrapassa a relatividade, pois o que ela diz é que a comunicação sem sinal deve acontecer fora do tempo e do espaço. Mas, na época de Einstein, não se podia conceber o universo com uma componente transcendente em relação ao tempo e ao espaço. Mas Heisenberg já falava do domínio da potência que está fora do tempo e do espaço. Einstein simplesmente não conseguia compreendê-lo naquela época e não podia acreditar na não-localidade quântica. A não-localidade quântica, porém, é verificada no laboratório físico em 1982, e, claro, para os humanos, como eu já descrevi, em 1993-94.


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O pensamento clássico não te levará a lugar nenhum. A idéia, então, é que o universo espera como possibilidade, assim como o Big Bang, a criação das galáxias, das estrelas, dos planetas, a solidificação suficiente dos planetas, a formação da atmosfera... Tudo isso permanece possibilidade até que o primeiro ser vivo, aquela única célula viva... Isso aconteceu há cerca de quatro bilhões de anos na Terra ou, provavelmente, também, em outros planetas, o que é bem possível. Mas até que aquela única célula viva complete o que John Wheeler chamava de “circuito de significado”, complete o que eu chamo de circuito da hierarquia entrelaçada, na qual se pode aferir a medição quântica uma circularidade... Porque o observador é necessário para o colapso de um evento quântico. De outro lado, o colapso é necessário para a criação do observador, isto é uma lógica circular, uma lógica de hierarquia entrelaçada que se aplica a todos os eventos da criação. Então, até que isso aconteça, até que o circuito de significado esteja completo, não há colapso, não há Big Bang. Como, então, acontece o Big Bang? Ele aconteceu – retornando do tempo, daquele momento do colapso do evento até a origem – há 15 bilhões de anos. Então, onde existe o Big Bang? Ele algum dia aconteceu de fato? Ele aconteceu somente de forma figurada, nas memórias. Então, como sabemos que o Big Bang aconteceu?